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Moradores da região serrana de Sinimbu se dizem desamparados

Moradores da região serrana de Sinimbu se dizem desamparados

Desde o dia 17 de novembro de 2023, quando foram atingidos pelo granizo, estão vulneráveis a cada precipitação de chuva


No dia 04 de dezembro de 2023, moradores da região serrana de Sinimbu, entraram em contato com o Jornal Serrano, para ir até a residência de Sueli, onde alguns integrantes das comunidades que foram atingidos pelo temporal se encontrariam, para relatar o que estão passando devido a grande quantidade de chuva que tem dado, e suas casas estão com os telhados muito furados, desde a noite de 17 de novembro de 2023, quando a precipitação de granizo destruiu os telhados e não receberam ajuda efetiva nem sequer retorno da Prefeitura Municipal de Sinimbu, quando entram em contato. “Recebemos somente uma lona, somos gratos, mas que também já está se estragando, pois são muitas chuvas e o vento sempre é forte em nossa região, sem falar que a lona pouco ajuda, pois ela levanta devido ao vento, o que acaba entrando água igual dentro das casas”, falaram inicialmente.

Mais de 100 famílias da região serrana foram atingidas pelo granizo, contabilizam muitos prejuízos e bem mais da metade delas não estão conseguindo se reconstruir.

Mais de 20 pessoas participaram da entrevista e se manifestaram revoltadas, pois esperam alguma atitude da administração para com a situação deles. As famílias precisam entre 30 a 60 folhas de fibrocimento para cobrir as suas casas.

Na sequencia, disseram que já se passaram 17 dias que foram atingidos pelas enormes pedras de gelo e ainda estão esperando uma posição da atual administração, por isso se reuniram na localidade da Barra de Ferro. Estavam presentes neste encontro moradores de Pinhal Santo Antônio e Linha da Grama também. “Estamos esperando a ajuda, pois somos todas famílias de baixa renda”.

Segundo os moradores, as pedras eram do tamanho de um ovo e como as telhas de fibrocimento eram das mais finas não sobrou uma telha inteira. “Cada vez que chove, que é bem frequente, molha tudo dentro de casa. Não temos a quem recorrer a não ser na Prefeitura que acreditamos ser o poder responsável para dar assistência em um momento assim tão vulnerável que estamos passando, temos crianças e idosos nas casas que muitas vezes, quando a chuva é mais forte, não encontram um lugar na casa para se abrigar. Claro queríamos ter condições de comprar as telhas de fibrocimento, ficaríamos felizes por isso, mas não é nossa realidade. A quem devemos recorrer?”.

Falaram ainda que com as pedras enormes estragou muitas coisas dentro de casa, e para eles que tem o dinheiro ‘contadinho’ para as despesas do mês está sendo bem difícil, pois não dispõem de valores para ir comprar, “tudo terá que ser começado do zero, comprando devagarinho, uma coisinha de cada vez”.

Oito das pessoas presentes, afirmaram que falaram com a administração e não tiveram retorno.

Algumas pessoas relataram que procuraram o CRAS, para conseguir colchão e outras coisas como cobertor, pois molhou tudo dentro das casas e até conseguiram alguns cobertores. “Olhamos a lista da Defesa Civil e aparece que o município de Sinimbu acionou pela última vez devido a seca, inclusive temos salvo a lista atualizada dos últimos dias, mas de repente não olhamos no lugar certo, no entanto, nos intriga que a administração não nos retorna. Nossas lideranças não conseguem um jeito de buscar ajuda para nós? Não conseguem vir dar um retorno para nós? Como conseguem subir na nossa região para pedir voto?”.

Disseram também que os responsáveis da administração pediram que era para esperar, mas não imaginavam que seriam tantos dias. “Com todas estas chuvas, como esperar? E os prejuízos que só aumentam o que fazer? Algumas lonas rasgaram, sem falar que foram disponibilizados somente 8 metros de lonas para cada família pela Prefeitura, mesmo que, quando o vento é forte nada segura e chove dentro de casa como na rua. Devido publicações nas redes sociais, Cristiano Krug de Herveiras e amigos de Gramado Xavier trouxeram lonas na localidade de Linha Barra de Ferro e arredores, agradecemos muito, pois estas lonas estamos usando dentro de casa, conseguindo proteger eletrodomésticos e outros coisas que ainda não estragaram”, contaram o pessoal da Barra de Ferro.

Definiram a situação que estão vivendo como desamparo. “Estamos desamparados, não sabemos com quem contar e infelizmente não temos poder aquisitivo para comprar o que estragou e trocar os telhados”.

Alguns dos moradores disseram ainda, que a prefeita falou no ginásio da Escola Nossa Senhora de Fátima, após o inusitado que não podiam fazer mais nada, a não ser aguardar resposta da Defesa Civil Estadual, pois o que ela podia fazer ela fez. “Deveríamos ter ficado morando no Ginásio e não sair de lá, pois neste caso, a prefeitura teria que nos sustentar, pois do jeito que nos deixaram, demonstra que não estão preocupados com a população”.

 

Alguns moradores foram no Ministério Público

No dia  04 de dezembro, seis moradores, entre eles, Marina de Fátima de Lima, foram até o Ministério Público em Santa Cruz do Sul, para levar a situação que estão vivendo e relatar que a Prefeitura de Sinimbu não se preocupa com a população. “Ninguém veio ver se precisamos de alguma coisa, apenas vieram olhar os danos e nos deixaram desamparados. Estamos sem saber o que fazer e precisamos de ajuda, o quanto antes”, disse Marina.

O repórter Dione Reis, enviou mensagens para a prefeita nos dias 29 de novembro e 1º de dezembro, pelo whatsapp e em nenhuma oportunidade teve retorno.

Também foi entrado em contato com a responsável pela Secretaria de Assistência Social, por telefone, que retornou que somente a Defesa Civil do município poderia responder, mas não conseguiu falar no contato repassado.

Dane Reis

 

Dane Reis

Jornalista

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