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As Contribuições da Música na Educação Infantil

As Contribuições da Música na Educação Infantil

Por Pedagoga Milene Ferrari - Ela é formada em Pedagogia pela UPF, com pós-graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia pela Universidade Faveni e em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Universidade de Educação São Luís.

A música apesar de ainda não ser muito utilizada nas aulas de educação infantil ou na maioria das vezes os educadores fazem uso dessa linguagem como um passa tempo sem entender, em algumas situações, seu real valor, desconhecendo que ela e uma ótima ferramenta pedagógica na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos. Possuindo consciência disso, a temática de pesquisa se direciona- as contribuições da música na educação infantil. Brito (2003, p. 35) sinaliza que: O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles.  
Ainda de acordo com Brito (2003), muito antes do nascimento os seres humanos já tem contatos com o mundo da música. Ao nascerem continuam rodeados de sons a todo momento que contribuem para seu desenvolvimento e conhecimento do mundo. Então, vale refletir que somos rodeados de sons, mesmo que não se perceba com intensidade a importância deles, a linguagem musical já nasce com a criança cabe a escola continuar a estimular ou não.

O Papel do Professor e as Contribuições da Música na Educação Infantil

Existem várias possibilidades de se trabalhar com a música nos anos inicias e educação infantil que muitas vezes os educadores desconhecem. Vale falar aqui de maneiras de trabalhar a linguagem musical com objetivos a serem alcançados e não como um “tapa buraco”.
 Segundo Costa (1969, p.17): Porém, são comuns alguns professores, desconhecerem a música, enquanto uma linguagem potencializadora da aprendizagem, utilizando a mesma apenas como passatempo para tornar as festinhas mais agradáveis, para receber uma visita importante ou “quando sobra tempo”, ou seja, pelo término da matéria prevista no planejamento, pela necessidade de preencher o tempo até a hora do recreio ou da saída, por exemplo. 
O que o autor retrata na citação acima está de acordo como foi identificado pela autora na sua vivência na forma como os professores muitas vezes trabalham a música de um jeito vazio, sem objetivos. Percebe-se que se sobrou um tempo da aula para não deixá-lo, a música é inserida e geralmente se utilizam de um método só, o cantar por cantar. Para trabalhar a música na educação infantil pode-se realizar de diversos jeitos alcançando diferentes objetivos.
O educador, nessa fase da criança deve assegurar a todas a igualdade de conhecer essa diversidade musical que rodeiam. Ele pode trabalhar a música em conjunto com a dança, gestos, sapateados, dessa forma estará trabalhando a questão de ritmo, coordenação motora. Também o ensino da música tem possibilidade de acontecer através de brincadeiras, de maneira mais recreativas, começando pela imitação dos sons dos animais que as crianças nessa fase adoram, brincadeiras com dança, movimentação, identificação de objetos, associação de sons a animais, enfim existe muito conhecimento para se buscar sobre isso, e desde cedo as crianças tiveram o contato com os sons ao seu redor. 
A música é a sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. O ritmo, a melodia, o timbre e a harmonia, elementos constituintes da música, são capazes de afetar todo o organismo humano, de forma física e psicológica. Através de tais elementos o receptor da música responde tanto afetiva quanto corporalmente.
Ao trabalhar com a música e ter objetivos a serem alcançados, a criança responderá esses estímulos de diversas formas. Por exemplo, ao trabalhar com diversos sons de animais está ampliando o conhecimento e a percepção de sons do aluno, pois para cada som de animal ouvido o aluno associará a imagem do animal em seu pensamento, fazendo assim um conhecimento de mundo.
No caso de unir à música a movimentação do corpo, através da dança, gestos, está contribuindo para o desenvolvimento físico do aluno, sua coordenação motora, ao dizer perna esquerda, perna a direita, entra também a questão da lateralidade, através dos gestos o aluno descobre as limitações de seu corpo e que o mesmo é capaz de produzir sons, de acompanhar ritmos, de se mover de acordo com a música, mais rápido, mais devagar. 
Por isso, professores da educação infantil não devem utilizar a música como pretexto de passa tempo, ou preenchimento de tempo, pois estão perdendo muito com isso no desenvolvimento de seus alunos. 

Referências Bibliográficas: 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998.  BRASIL. LEI Nº 11.769 de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a Obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. BRITO, T. A. Música na educação infantil – propostas para a formação integral da Criança. São Paulo: Editora Petrópolis, 2003. COELHO, Raquel. Música. São Paulo: Formato, 2006. COSTA, Marcos da Música na Pré-Escola Primária. Rio de Janeiro: Olympio, 1969.FERREIRA, T. T. Música para se ver. 2005. Monografia apresentada na disciplina de Projetos experimentais - Universidade Federal de Juiz de Fora: FACOM - Faculdade de Comunicação, 2005.  GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PINTO, Priscila Graner Silva. Musicalização Escolar: vivenciando a música erudita. Campinas, 1998. SEVERINO, Jose. Da epistemologia à técnica: resenha do livro Metodologia do Trabalho Científico, 2007. Disponível em: https://ccvap2013.files.wordpress.com/2013/05/16-04-2013_elselemos_resenha.pdf. Acessado em 25 de maio de 2017.

Dane Reis

 

Dane Reis

Jornalista

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